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Empresa de mudancas deixa milhares de brasileiros lesados.

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A comunidade brasileira nos Estados Unidos é novamente vítima de empresários desonestos. Assim como já havia acontecido com os clientes da Alexim Moving, milhares de pessoas que enviaram caixas e conteiners para o Brasil através da empresa Adonai Moving foram lesados.

A página na internet da empresa, usada pelos clientes para rastrear a localização das caixas, não funciona mais. No lugar, aparece um comunicado avisando que a empresa pediu concordata e que passou as operações para a empresa Express Moving International.

Um levantamento feito pelo Comunidade News mostra que entre setembro de 2008 e abril de 2009, cerca de 5.000 caixas foram coletadas pela Adonai Moving em vários estados americanos mesmo sabendo que não chegariam ao destino por não estar pagando seus parceiros comerciais no Brasil. O prejuízo pode chegar a $900,000.

A indignação tomou conta dos brasileiros lesados pela Adonai, gerando inclusive comunidades no Orkut. Caixas enviadas em outubro de 2008 ainda não chegaram ao destino e há consumidores que ameaçam até mesmo dar queixa na polícia. O golpe atingiu brasileiros de vários estados, incluído Connecticut, Maryland, Flórida, Georgia, Massachusetts, New Jersey e Texas.

A família de sete irmãos de Irene Zagobiki, residente em Dallas, não recebeu até hoje três caixas enviadas em dezembro último para Ponta Grossa (PR). Eram calçados e roupas que serviriam inclusive para sobrinhos recém-nascidos, filhos de um motoboy e de um gari.

O próprio gerente da Express Moving em New Jersey, Alcides Pedro, admitiu que inúmeros conteiners foram retidos pela Polícia Federal por falta de pagamento. Segundo ele, o proprietário da Adonai, Paulo Pepe Bezerra de Araújo, sabia da situação da empresa, a qual omitiu informações dos próprios funcionários e dos clientes. Caixas que ainda não haviam saído dos EUA foram registradas como em processo marítimo, ainda segundo Alcides.

A Express Moving, de acordo com Alcides, assumiu a parte logística da Adonai, ou seja, está despachando todas as caixas retidas no Brasil e em trânsito. Segundo o gerente, cinco conteiners que deveriam ser entregues no máximo em dezembro já foram liberados mediante o pagamento efetuado aos despachantes pela Express Moving.

Segundo o gerente, o acordo logístico entre a Adonai e a Express Moving International foi firmado há cerca de 15 dias entre Moacir Sant’Anna, dono da Express Moving, e Paulo Pepe. O proprietário da Express Moving considerou o negócio viável, com o objetivo de captar os antigos clientes da Adonai. “O único objetivo meu é captar estes clientes para a minha empresa. Não tenho nenhuma responsabilidade nas coisas erradas que a Adonai fez”, disse Moacir que já foi funcionário e sócio da Adonai na Flórida. O nome dele ainda consta como sócio de acordo com registros públicos do Estado da Flórida.

Dívidas

Entre os lesados pela Adonai está a transportadora Power Express Transportes Logísticos. Segundo o Supervisor Comercial Carlos Fraga, a empresa cessou os pagamentos em dezembro último, quando a dívida já estava em aproximadamente R$300.000. Ainda segundo Carlos, a transportadora despachou três conteiners sob a promessa de pagamento, mas até agora não recebeu o dinheiro.

Um despachante do Porto de Santos (SP), que realiza liberação de mudanças residenciais e que preferiu não se identificar, disse que não tem o número exato de conteiners da Adonai parados no porto por falta de pagamento. Somente no último final de semana, o despachante devolveu documentos relativos à quantidade de sete a nove conteiners.

Ainda segundo o despachante, a Adonai deve a uma companhia marítima e a uma transportadora nos Estados Unidos. Ele estima que a situação esteja assim desde fevereiro. Não revelou quanto a empresa deve a ele, mas já está contabilizando o valor como prejuízo. O despachante disse que ainda não foi procurado pela Express Moving International, mas sabe que a companhia contatou outros despachantes.

Devido aos constantes atrasos nas entregas, Rodrigo Henrique, que mantinha um posto de coleta da Adonai na Eliza’s Store em Danbury, Connecticut, foi ao Brasil em janeiro último e comprovou falta de pagamento através de conversa com um despachante. Ele decidiu então encerrar as atividades com a Adonai e disse que ficou decepcionado ao ver que lojas em Connecticut e outros estados ainda continuam trabalhando com a companhia, mesmo sabendo de todos os problemas.
Rodrigo tem recebido uma listagem da Express Moving com o número das ordens, através dos quais os clientes podem contatar a empresa para verificar a situação das caixas. Na última sexta-feira ele tinha em mãos 150 ordens.

Ficha criminal

Informações oficiais da Justiça Federal do Ceará dão conta de que o empresário Paulo Pepe cometeu crimes contra o sistema financeiro nacional. À época ele era funcionário da Caixa Econômica Federal, onde teria falsificado identidades a fim de obter empréstimos em nome de outras pessoas. O caso foi registrado na Delegacia de Defraudações e Falsificações de Fortaleza e protocolado na Justiça Federal do Ceará em março de 2005.

O Comunidade News não conseguiu contatar Paulo Pepe para apurar os fatos. O gerente da Adonai Express Moving em New Jersey, Fabiano Lins Bezerra, também não foi localizado. Uma gravação indicava que o telefone celular dele estava fora de serviço.

Consumidor de Massachusetts é o mais prejudicado

A Express Moving não teve acesso ao depósito da Adonai em Massachuseets e declarou que não irá assumir qualquer responsabilidade com as caixas deste estado. Segundo Alcides, as fechaduras do depósito foram trocadas pelo agente da Adonai em Massachusetts, Arnaldo Nascimento. Antes disso, a Express Moving contou 445 caixas paradas.
O fato prejudica brasileiros como Marcos, residente em Framingham. Os filhos de 3 e 5 anos de idade ainda estão esperando pelos presentes de Natal.

Tanto estas caixas quanto as enviadas ao Brasil através de Massachusetts estariam agora a cargo de uma companhia de mudanças do estado. Segundo Moacir, o acordo foi firmado entre Paulo Pepe e a empresa, no dia 30 último. Moacir não soube dizer o nome da empresa.

Mas Arnaldo disse que ele é o responsável pelas caixas no depósito e pelos conteiners enviados através do estado. O agente declarou que impediu o acesso da Express Moving ao depósito por não ter obtido um documento, confirmando o acordo entre as empresas. Arnaldo disse também que tem 50% de participação sobre as caixas do depósito, e temia quanto ao destino delas.

Segundo o agente de Massachusetts, em uma reunião nas presenças de Moacir e funcionários da Adonai, Paulo Pepe teria explicado que o dono da Express Moving estaria assumindo a logística da Adonai Massachusetts, os débitos dos funcionários, os quais estariam sem salário há cerca de três semanas, e um débito particular da Adonai para com Arnaldo, na faixa de $35,000. Em uma reunião posterior, Moacir teria comunicado aos funcionários que a Adonai estava “quebrada”, dizendo que chamaria aqueles que precisasse, ainda conforme Arnaldo.

Inserida em 04/01/2010




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